Texto de Antonio Carlos Popinhaki
A Corda de Sisal e sua utilização nas Indústrias Madeireiras de Curitibanos nas décadas de 1960 a 1980. Era produzida a partir das fibras da planta “Agave sisalana”, foi um material essencial nas indústrias madeireiras e serrarias de Curitibanos e região durante as décadas de 1960, 70 e 80. Sua resistência, durabilidade e versatilidade a tornaram a escolha ideal para diversas aplicações no manejo e transporte de produtos derivados da madeira.
Originária do México, a planta de sisal foi introduzida no Brasil no início do século XX, encontrando no semiárido nordestino, especialmente na Bahia, condições ideais para seu cultivo. As fibras do sisal, conhecidas por sua alta resistência e capacidade de biodegradação, eram transformadas em cordas robustas, ideais para uso industrial. O sisal era preferido em relação a fibras sintéticas devido à sua sustentabilidade e menor impacto ambiental.
Em Curitibanos, a corda de sisal era amplamente utilizada para:
- Amarração de feixes de resíduos e lenha: Sua resistência permitia que grandes volumes de madeira fossem transportados com segurança.
- Amarração e fixação de feixes de cabos de vassoura: A flexibilidade e durabilidade do sisal o tornavam perfeito para esse uso.
- Amarração e fixação de feixes de forros, assoalhos e rodapés: As cordas eram empregadas para unir e estabilizar as peças durante o transporte.
Além disso, o sisal era utilizado na confecção de embalagens e sacarias para proteger produtos manufaturados, garantindo que chegassem intactos aos seus destinos.
Com o avanço das fibras sintéticas, como o nylon e o polipropileno, a utilização da corda de sisal diminuiu gradualmente. No entanto, seu legado permanece vivo na memória das comunidades que dependiam dela para suas atividades industriais. Hoje, o sisal volta a ganhar destaque devido à crescente demanda por materiais sustentáveis e biodegradáveis, reafirmando sua importância tanto no passado quanto no futuro.
A corda de sisal não apenas facilitou o trabalho nas serrarias e indústrias madeireiras de Curitibanos, mas também se tornou um símbolo de uma época do ciclo da madeira, marcada pela eficiência e conexão com a natureza. Sua história é um testemunho da relação entre o homem e os recursos naturais, destacando a importância de escolhas sustentáveis para as gerações futuras.