27 abril 2021

O PRÉDIO DO MUSEU HISTÓRICO ANTÔNIO GRANEMANN DE SOUZA

Texto adaptado a partir dos escritos de Zélia de Andrade Lemos


Depois da invasão e do incêndio da Vila de Curitibanos, ocorrida em 26 de setembro de 1914, provocada por 200 homens sob o comando de Agustin Perez Saraiva, o Castelhano, a Vila foi lentamente sendo reerguida, casa por casa, residência por residência. Nessa continuidade de restauração que levou décadas, o município teve os seguintes superintendentes (uma espécie de prefeito para a época): de 1914 até 1918, o coronel Marcos Gonçalves de Farias. De 1918 até 1922, o major Euclides Ferreira de Albuquerque. Esse, era natural de Curitibanos, filho do coronel Francisco Ferreira de Albuquerque e de sua esposa Laurinda Oliveira de Albuquerque. Em 1915 casou-se com Abigail de Almeida Pereira, filha do coronel Virgílio Pereira e de Elisa de Almeida. Ele nomeou para secretário da Superintendência, o senhor Cornélio de Haro Varela, o antigo secretário do seu pai, que exerceu, também, por longos anos, como promotor adjunto da comarca. Cornélio de Haro Varela exerceu também, com grande capacidade, a função de secretário da Superintendência, substituindo por várias vezes o superintendente.

O major Euclides Ferreira de Albuquerque não terminou o seu mandato, passando o governo do município ao coronel Graciliano Torquato de Almeida, que governou até 1922. A pessoa que substituiu o major Euclides Ferreira de Albuquerque foi o coronel Henrique Paes de Almeida Júnior, que governou de 1922 até o ano de 1930, tendo sido reeleito em 1926. O coronel Henrique Paes de Almeida Júnior natural de Sorocaba era filho do segundo ex-mandatário de Curitibanos, o coronel Henrique Paes de Almeida (Sênior).

Henrique Paes de Almeida Júnior, mais conhecido como “Henriquinho”, era casado com Virgínia Rodrigues de Almeida, filha do major da Polícia Militar do Estado de Santa Catarina, Firmino Rodrigues Neto, que se encontrava a serviço em Curitibanos. Quanto à administração do coronel Henrique Paes de Almeida Júnior, destacamos a construção do novo Edifício da Superintendência, inaugurado por ele no segundo quatriênio do seu governo, em 1929. Esse prédio, construído em alvenaria, com dois andares, era na época, um dos melhores da Vila, e como Paço Municipal, um dos melhores do Estado.

Lembremos aqui o nome do homem que mesmo não sendo engenheiro, planejou e executou a sua construção: João Popinhak, o “polaco” ou “ucraniano”, que veio ainda criança para o Brasil, aclimatando-se em Curitibanos. Devemos dizer, que depois de Walter Schmidt, era ele o melhor marceneiro da Vila, deixando nessa, várias lembranças do seu trabalho, uma das quais, é a bela residência do falecido senhor Fioravante Ortigari, atualmente pertencente à doutora Ivone Magalhães Vilas Boas.

No edifício da Superintendência, trabalharam grandes mestres de obras, como o alemão Júlio Blaukenburg, ex-oficial da Primeira Guerra Mundial. Homem estimadíssimo em Curitibanos e que perdeu a sua vida quando desabou um andaime, já no final da construção do edifício. Esse edifício está hoje transformado em museu. É o Museu Histórico Antônio Granemann de Souza, da “Praça da República”, ao lado da Igreja Matriz. Esse museu simboliza para nós curitibanenses, não somente um passado trágico de lutas, mas também, o trabalho e o esforço despendido por mais de um século pela nossa gente.

Para mais informações sobre o assunto, clique aqui e aqui.


Referência para o texto:


LEMOS, Zélia de Andrade. Curitibanos na história do Contestado, 2ª ed. Curitibanos: Impressora Frei Rogério, 1983, (páginas 184-185).

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