Texto de Antonio Carlos Popinhaki
Francisco Rauen foi um importante fazendeiro na região de Curitibanos. Seus pais se chamavam José Rauen e Anna Goetten. Não temos informações sobre seu casamento, entretanto, nos arquivos do Museu Histórico Antonio Granemann de Souza, mais precisamente, nos escritos de Juvenal Bráulio Bacelar, encontramos que ele tinha uma filha. Nos arquivos do portal FamilySearch, encontramos que essa filha era ilegítima de nome Ana Rauen, cujo nome da mãe era Cecília Maria Monteiro, que se casou no dia 4 de janeiro de 1941 com o industrial Ernesto Bernardoni.
Foi no ano de 1872 que Francisco Rauen nasceu. Sua família era de origem germânica. No final do século XIX, conforme os escritos encontrados, datados de 1973, corajosamente, “adquiriu uma área de campos e pastagens situada no atual município de Santa Cecilia”. O local ainda pertencia ao território de Curitibanos. Francisco dedicou-se à criação de gado selecionado e teve em vista preservar as pastagens existentes do local. Era uma época difícil, onde os recursos eram escassos e parcos. Conforme os relatos da sua filha Ana Rauen, “naqueles tempos, foi uma temeridade e um ato heroico residir quase que isolado do mundo numa zona assolada por contínuas incursões de bugres botocudos”.
De fato, encontramos uma nota no jornal “Novidades” de Itajaí, que no mês de agosto de 1909, o senhor Francisco Rauen sofrera um ataque de indígenas na sede da sua fazenda, sendo ele atingido por uma flecha. Contudo, apesar dos corriqueiros embates com os povos originários, Francisco sobreviveu.
Na página 4 do Jornal “República” de Florianópolis, do dia 18 de outubro de 1919, encontramos que Francisco Rauen e outros familiares, requereram do governo a medição e divisão de uma gleba de terras, campos, matos e faxinais, num lugar chamado na época de “Campina Grande da Restinga de Marombas de Cima”, outrora conhecida como “Ponte Alta”.
Infelizmente, não existem muitos registros concernentes à vida e os feitos de Francisco Rauen. Ele faleceu às dezessete horas do dia 15 de agosto de 1950, na casa do seu genro, Ernesto Bernardoni. A residência ficava na localidade de Ponte Alta do Norte, hoje, município desmembrado do território de Curitibanos. A causa da sua morte foi anotada como “Colapso Critérico, originado por Insuficiência Cardíaca”.
No registro de óbito diz que ele era solteiro, apesar de ter, na ocasião da sua morte, 77 anos. No registro de casamento da filha Ana com o industrial Ernesto, encontramos a anotação de que a mesma era ilegítima. Dessa forma, não se tem notícias se ele teve mais filhos.
No Museu Histórico Antonio Granemann de Souza existe alguns móveis que pertenceram a Francisco Rauen. Na verdade, é um quarto com cama e outros móveis. Essas peças fazem parte do acervo do museu e foram, em duas ocasiões, pelo menos, restauradas. Esse quarto, através do Artigo 2.º da Lei Ordinária Municipal n.º 1596/1984, foi nominado de “Sala Francisco Rauen”.
Através da Lei Ordinária Municipal n.º 415/1959, o então prefeito de Curitibanos José Bruno Hartmann, denominou uma via da cidade de “Rua Francisco Rauen”. Através da Lei Ordinária Municipal n.º 1572/1983, no Artigo 2.º, o então prefeito de Curitibanos, Armando Costa, no dia 17 de novembro de 1983, denominou uma rua do então Distrito de Ponte Alta do Norte, de “Rua Francisco Rauen”. Por essas indicações e denominações públicas, podemos concluir que Francisco Rauen, foi uma pessoa importante e influente em sua época.
Referências para o Texto:
Curitibanos — Lei Ordinária Municipal n.º 415/1959. Denomina vias públicas.
Curitibanos — Lei Ordinária Municipal n.º 1572/1983. Denomina vias públicas.
Curitibanos — Lei Ordinária Municipal n.º 1596/1984. Denomina Salas do Museu Histórico Antonio Granemann de Souza.
Curitybanos. Novidades Orgam Noticioso. Anno VI. Itajahy, domingo, 12 de setembro de 1909. Ed. n.º 276, p. 2.
Com informações de fragmentos escritos encontrados no Museu Histórico Antonio Granemann de Souza de Ana Rauen Bernardoni.
Editais. República. Órgão do Partido Republicano Catarinense. Anno XV. Florianópolis, Sabbado, 18 de outubro de 1919. Ed. n.º 312, p. 4.
GOETTEN, Antonio de Paula. Família Goetten Nossa História Nossas Raízes. 3.ª Ed. - Aya Editora. Ponta Grossa/PR, 2022. p. 56.
Registro de casamento de Ernesto Bernardoni e Ana Rauen. Portal FamilySearch. On-line, disponível em: https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HY-62Y9-16K?i=56&wc=MXYG-KM9%3A337701401%2C337701402%2C338535201&cc=2016197
Tribunal Regional Eleitora. Jornal O Estado. Anno XXXV. Florianópolis, quarta-feira, 26 de abril de 1950. Ed. n.º 10.835, p. 2.
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