Pique (também
conhecido por chuço ou lança longa) é uma arma de haste medieval,
usada pelos piqueiros, que por sua vez constituíam a base da infantaria. O
pique consistia de uma lança de aproximadamente 3 a 5 metros,
com uma ponta de metal (bronze, ferro ou aço). O pique era a
principal arma utilizada contra as cargas e os ataques da cavalaria ligeira
e pesada inimiga.
De caráter
claramente defensivo, o pique foi empregado sobretudo em táticas defensivas ou
de cobertura: para evitar cargas, frear a cavalaria ou defender localizações e
posições. A formação pesada de piqueiros renasceu na Suíça durante a Baixa
Idade Média, já que havia sido usada na Antiguidade para as formações de
falanges dos exércitos de Filipe II.
Mesmo após o
surgimento das armas de fogo, o pique continuou a ser usado. Os canhões primitivos,
os arcabuzes e os mosquetes tinham disparo muito lento e
impreciso, por isto os piqueiros, em ordem cerrada, formaram o núcleo da
infantaria europeia até meados do século XVII. A invenção da baioneta,
em meados do século XVII, acabaria por tornar o pique obsoleto, ao fim do mesmo
século, pois permitia ao mosqueteiro se defender durante o processo de
recarregamento. No exército francês foi totalmente abolido em 1704,
embora tenha reaparecido (para compensar a falta de armas de fogo), quando dos
primeiros conflitos gerados pela Revolução Francesa. Em Portugal, na época
das invasões francesas, foi um recurso bastante usado pelo povo, pois os
invasores haviam desarmado completamente o país.
No Brasil, o
exército e também algumas polícias estaduais utilizaram os piques em batalhas,
como os conflitos sociais conhecidos como “A Guerra do Contestado” e conflitos
do século XX. Geralmente os piqueiros, após as batalhas, percorriam o campo de
batalha e perfuravam os corpos encontrados inertes no chão. Essa tática fazia
com que possíveis pessoas que simulavam estarem mortos fossem abatidos.
As peças
encontradas no Museu Histórico Antonio Granemann de Souza foram doadas pelo antigo
comandante da Polícia Militar de Santa Catarina em Curitibanos, Capitão João
Braz Peters. Essas peças pertenceram à antiga “Força Pública Catharinense” do
início do século XX. A doação é de agosto de 1972, quando os membros da
comissão pró-museu estavam reunindo peças do acervo para o que seria o
museu histórico de Curitibanos.
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